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O trabalho tem como objetivo verificar se há gerenciamento de resultados contábeis no contexto das instituições bancárias no Brasil, com foco para a conta de títulos e valores mobiliários, no período de 2002 a 2006, após a vigência da Circular do Banco Central 3.068/01 que estabeleceu novos critérios para classificação e registro contábil desses títulos. Para a pesquisa empírica foi utilizado o modelo de acumulações discricionárias de dois estágios baseado nos estudos de Fuji (2004) e Zendersky (2005). A análise dos resultados permitiu concluir que (i) o componente discricionário dos ajustes ao valor de mercado é utilizado como instrumento para o gerenciamento de resultados e que (ii) em situação de gerenciamento, a variação do patrimônio líquido atua como variável explicativa complementar do ajuste, sugerindo que os bancos também podem indiretamente gerenciar o capital próprio. Isso demonstra que, além da questão do gerenciamento de resultados, os bancos podem ter outra motivação para influenciar suas decisões discricionárias: a necessidade de cumprimento dos limites operacionais mínimos e apresentação de uma situação estável ao longo do tempo para os “stakeholders” e, principalmente, para a autoridade supervisora do sistema financeiro. Como ainda não existe um único modelo teórico robusto sobre o tema, os resultados desta pesquisa devem ser confrontados quando da implementação de melhorias na metodologia.