A entrevista não-estruturada como forma de conversação: razões e sugestões para sua análise

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Pedro Lincoln C. L. de Mattos

Resumo

A entrevista não-estruturada - aquela em que é deixado ao entrevistado decidir-se pela forma de construir a resposta - tem sido cada vez mais utilizada na pesquisa de administração. Rompendo com a concepção tradicional da linguagem (que encerraria "conteúdos"), a proposta deste artigo é a de que a análise de entrevistas muito ganharia com uma aproximação à análise pragmática da linguagem, e a razão principal a favor disso é a de que a entrevista não-estruturada ou semi-estruturada realmente é uma forma especial de conversação. O problema específico em foco é como saltar legitimamente da fala de um entrevistado e, em seguida, de vários deles, para um significado interpretativo. Dialogando com o texto de Bardin, levanta-se, inicialmente, um argumento sobre o que possa estar acontecendo com a "análise de conteúdo". Lembra-se, a seguir, onde estaria um "divisor de águas" a distinguir a análise de conteúdo da análise pragmática da conversação. Passa-se a uma reinterpretação da entrevista e aos conceitos básicos para sua análise, na ótica adotada, para chegar-se, finalmente, à sugestão de procedimentos sistemáticos em apoio e facilitação do trabalho de análise. A intenção é oferecer mais uma alternativa à prática de pesquisa acadêmica.

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Como Citar
Mattos, P. L. C. L. de. (2005). A entrevista não-estruturada como forma de conversação: razões e sugestões para sua análise. Revista De Administração Pública, 39(4), 823 a 848. Recuperado de https://periodicos.fgv.br/rap/article/view/6789
Seção
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