Resistência negra pós-abolição no Norte do Brasil: a capoeira e o boi-bumbá
DOI:
https://doi.org/10.12660/rm.v9n15.2018.77028Palavras-chave:
Pós-Abolição, resistência negra, capoeira, boi-bumbáResumo
Este artigo trata de duas práticas culturais afro-brasileiras perseguidas no contexto pós-abolição: a capoeira e o boi-bumbá. Elas foram os principais instrumentos de mobilização e luta de indivíduos e coletividades negras frente ao processo de embranquecimento físico e cultural no Norte do Brasil. A primeira em sua dimensão de defesa corporal negra. A segunda como elemento que articulava saberes, identidades e ludicidade afro em espaços públicos. Através delas, homens e mulheres negros se faziam presentes nas ruas e praças através de práticas culturais que afirmavam identidades ancestrais. Ao mesmo tempo, causavam desconforto a uma sociedade que queria ser reconhecida como herdeira direta do mundo ocidental.
Palavras-chave: Abolição; Capoeira; Boi-bumbá; Pará
Referências
AZEVEDO, J. E. Livro de Nugas: letras e farras. Belém: s. e., 1924. (Pseudônimo de Jacques Rolla).
AZEVEDO, Célia Marinho de. “Introdução”. In Onda negra, medo branco: o negro no imaginário das elites – século XIX. São Paulo: Annablume, 2004.
BRASIL. Decretos do Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil. Rio de Janeiro: Typ. da Imprensa Nacional, 1890. p. 2734-2735. (Décimo fascículo de 01 a 31 de outubro de 1890, capítulo XIII).
CHALHOUB, S. Cidade febril: cortiços e epidemias na corte imperial. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.
CRIME contra a pessoa, sub-série: lesão corporal – 1900. Belém: Arquivo do Tribunal de Justiça do Estado, 1905. p. 5-6. (Réu: Manuel Mendes Ferreira; processo de 05 de julho de 1905; Poder Judiciário, 4ª Vara).
CRUZ, E. História do Pará. 2 v. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1963.
DIAS, L. S. Quem tem medo da capoeira? (1890-1906). Rio de Janeiro, 1993. 150 f. Dissertação (Mestrado em História). Instituto de Filosofia e Ciências Sociais – IFCS / Universidade Federal do Rio de Janeiro.
FLORES, J. Panela de barro. 2. ed. Belém: SECULT-PA, 1990. (Pseudônimo de Luiz Teixeira Gomes).
______. Severa romana. Rio de Janeiro: Conquista, 1955.
FOLHA do Norte. Belém, p. 2 (dias e meses diversos) 1905.
______. Belém, p. 2 (dias e meses diversos) 1904.
FRIAS, D. C. S. de. Uma viagem ao Amazonas. Lisboa: Tip. de Mattos Moreira e Cardoso, 1883.
JURANDIR, D. Belém do Grão-Pará. São Paulo, Martins, 1960.
______. Chão dos lobos. Rio de Janeiro: Record, 1976.
______. Marajó. 3. ed. Belém: CEJUP, 1992.
LEAL, L. A. P. A política da capoeiragem: a história social da capoeira e do boi-bumbá no Pará republicano (1988-1906). Salvador: EDUFBA, 2008.
MEIRA, O. A primeira República no Pará: desde o crepúsculo da Monarquia até o golpe de Estado de 1891. v. 1. Belém: Falangola, 1981.
MENEZES, B. de. Boi-Bumbá: auto popular. 2. ed. Belém: Imprensa Oficial do Estado, 1972.
MENEZES, R. de. Aluízio Azevedo: uma vida de romance. 2. ed. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1957.
MOURA. C. E. de. O teatro que o povo cria: cordão de pássaros, cordão de bichos, pássaros juninos do Pará: da dramaturgia ao espetáculo. Belém: SECULT-PA, 1997. Ilustrado.
OLIVEIRA, V. Frevo, capoeira e “passo”. 2. ed. Recife: Cia. Editora de Pernambuco, 1985.
PALHANO, L. O Gororoba: cenas da vida proletária. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Pongetti, 1943. (Pseudônimo de Inocêncio Campos).
PLANTA da cidade de Belém. In: Belém da saudade. Belém: SECULT, 1996. (Encarte; com base na planta original feita na administração de Antônio Lemos – por José Sydrim, desenhista municipal, 1905).
PEREIRA, C. V. Belém retrospectiva. Belém: Falangola, 1962.
RIBEIRO, J. S. de C. Gostosa Belém de outrora. Belém: Editora Universitária, 1965.
ROCHA, A., et al. Bruno de Menezes ou a sutileza da transição: ensaios. Belém: CEJUP/UFPA, 1994.
ROCQUE, C. Antônio Lemos e sua época: história política do Pará. 2. ed. Belém: CEJUP, 1996.
SALLES, V. A defesa pessoal do negro: a capoeira no Pará. Brasília: Micro-edição do autor, 1994.
______. O negro no Pará sob o regime da escravidão. 2. ed. Brasília: Ministério da Cultura, 1988.
SALVADORI, M. A. B. Capoeiras e malandros: pedaços de uma sonora tradição popular (1890-1950). v. 2. Campinas: UNICAMP/IFHC; Deptº. de História, 1990.
SARGES, M. de N. Belém: riquezas produzindo a belle Époque (1870-1912). Belém: Paka-Tatu, 2000. Ilustrado.
A SEMANA Ilustrada, Belém, p. 2, (6 de abril) 1888.
SOARES, C. E. L. A negregada instituição: os capoeiras na corte imperial, 1850-1890. Rio de Janeiro: Access, 1999.
______. A capoeira escrava e outras tradições rebeldes no Rio de Janeiro, 1808-1850. Campinas: Editora da UNICAMP, 2001.
WEINSTEIN, B. A borracha na Amazônia: expansão e decadência, 1850-1920. São Paulo: HUCITEC, 1993.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.