Os desafios do escambo digital em uma startup de impacto social: blockchain como solução?
Abstract
Objetivo - Mapear os fatores de sucesso e insucesso que permeiam o escambo moderno
em uma startup de impacto social e identificar se a tecnologia blockchain poderia contribuir nas
soluções de suas lacunas de qualidade.
Metodologia - O desenho da pesquisa é o estudo de caso único. Este estudo classificase como uma pesquisa qualitativa e se caracteriza na concepção construtivista. Para analisar
o conteúdo textual das entrevistas foi utilizado a análise de conteúdo, com uso do software
IRaMuTeQ. A pesquisa traz o escambo digital no Brasil em uma startup de impacto social, não
encontrando outros trabalhos com o mesmo estudo. A startup Troqueiro iniciou suas atividades há
dois anos, 2020, após ganhar o prêmio em um hackathon em Fortaleza, onde inicialmente o que
os moveu foi a possibilidade de criar uma solução para a comunidade do Ceará, para movimentar
a economia local. O estudo traz os desafios encontrados pela startup e as oportunidades de
melhoria através do blockchain.
Resultados - A primeira parte do objetivo final desta pesquisa foi atingido através do
tratamento dos dados, com a sistematização dos resultados que evidenciaram os fatores de sucesso
como: “Propósito”; “Logística”; “Dedicação do Time”; “Capacitação Interna”; “Capacitação
Externa” e “Relação com a Comunidade”. Os fatores de insucesso também foram evidenciados
no estudo, conforme segue: a questão “Cultural”, que engloba o “Acesso Digital” e a “Falta de
E-mail”; “Plataforma”; “Restrições de Mercado” e “Falta de Recursos”. A segunda parte do
objetivo final também foi atingido, visto o aprofundamento na tecnologia blockchain, analisando
seus benefícios e possível aplicabilidade no escambo de bens e serviços no mundo moderno.
Desta forma, as soluções passam por melhorias na plataforma: buscando aumentar a confiança
dos usuários, visto que a desconfiança existe por vários lados, desde a falta de confiança no outro
que está participando da troca, até a desconfiança relacionada a conclusão da troca; através da
utilização de uma “Moeda Social Digital”, abordada pelos entrevistados como o “Tumtum”;
dentre outros fatores de melhoria. Além disso, problemas demonstrados, tendem a ser resolvidos
com a substituição pela tecnologia blockchain.
Limitações - Com relação a estudos de plataformas que já utilizam o blockchain para a
prática de escambo, não foi possível encontrar estudos de projetos realizados no Brasil, apenas
um estudo da Turquia e outro sobre uma plataforma “Barter Machine” que está em teste na
Ethereum, mas nos dois casos eles ainda estão passando por validações.
Contribuições Práticas - As contribuições resultantes deste estudo, poderão ser relevantes para empreendedores e investidores que queiram explorar negócios de escambo com
tecnologia blockchain ou para aqueles que desejam iniciar um projeto social que envolva uma
plataforma digital. Além de influenciar na reflexão sobre o uso do blockchain na troca de produtos
e serviços, junto a Empresas que já possuem uma plataforma digital com outras tecnologias,
como o caso do Troqueiro, que hoje utiliza uma plataforma de escambo digital para atuar em
comunidades do Ceará com escambo de bens e serviços.
Contribuições Sociais - A entrevista com a empresa de escambo digital no Brasil
forneceu mais que uma visão sobre a plataforma digital, evidenciou os desafios encontrados
na implantação de uma plataforma digital em comunidades, beneficiando empreendedores que
possuem interesse em trabalhar com o escambo digital e pessoas que tiverem interesse de iniciar
um projeto social.