A influência do FGTS sobre a poupança voluntária: a percepção do trabalhador sobre o FGTS como poupança compulsória e os seus efeitos sobre a sua capacidade de poupar e investir
Abstract
Objetivo - Este estudo pretendeu avaliar a percepção, por parte dos trabalhadores, do papel do FGTS e sua possível influência nos hábitos de poupança do trabalhador formal. Metodologia - A pesquisa se dividiu em duas etapas: a primeira, com a realização de entrevistas, especialmente a fim de verificar como o trabalhador percebe o FGTS, se realmente o entende como uma poupança compulsória. Por fim, uma última etapa: a realização de uma pesquisa "survey" para verificar os hábitos de poupança dos trabalhadores e as suas impressões quanto aos temas abordados no presente trabalho. Resultados – Através das entrevistas realizadas neste estudo, verificou-se que o trabalhador formal percebe o FGTS como uma poupança compulsória. Os resultados da "survey" apontam que, entre os respondentes, aqueles que recolhem o FGTS são os que mais se preocupam, quando poupam, se estarão empregados ou desempregados no futuro e, quando poupam, são os que mais levam em consideração os benefícios estatais de manutenção de renda e de saúde. Os resultados também apontam que o ato de poupar ou não poupar, e a frequência com que se poupa, dependem da boa educação financeira do respondente. Não se verificou nesse estudo, entre os respondentes da survey, diferenças entre aqueles que recolhem o FGTS e os que não recolhem, quanto às atitudes previstas nas Finanças Comportamentais. Por fim, os resultados do presente estudo indicaram que o recolhimento do FGTS exerce pouca influência, entre os respondentes, quanto aos hábitos de poupança e investimento. Limitações - As limitações do trabalho são principalmente em relação ao alcance da pesquisa "survey", visto que a amostra não foi representativa da população dos trabalhadores, sejam eles formais ou não. Deste modo, não foi possível generalizar os resultados o que não permitiu verificar se as premissas adotadas são válidas para toda a população de trabalhadores impactados pelo FGTS.
Contribuições práticas - A partir dos resultados, organizações financeiras podem projetar campanhas de incentivo à poupança, entre os trabalhadores, levando em consideração como eles enxergam o FGTS e a sua preocupação com a manutenção do emprego no futuro e a relevância dos benefícios sociais estatais. Contribuições sociais - Para as organizações financeiras, levar em consideração a poupança dos trabalhadores pode ter um impacto social positivo, principalmente na vida financeira deles. Além disso, a poupança tem influência positiva na economia de um país.
Originalidade - Pelo nosso conhecimento, não existe outro trabalho que trate da relação entre a poupança compulsória os hábitos, capacidade e níveis de poupança dos trabalhadores formais. Purpose - The purpose of this study was to assess the perception, among workers, of the role of the FGTS and its possible influence on the saving habits of formal workers.
Methodology - The research was divided into two stages: the first, with interviews, mainly to verify how workers perceive the FGTS, if they really understand it as a compulsory savings. Finally, a last step: conducting a survey to verify the saving habits of workers and their
impressions of the topics addressed in this work.
Findings - Through the interviews carried out in this study, it was found that the formal worker perceives the FGTS as a compulsory savings. The survey results indicate that, among the respondents, those who collect the FGTS are the ones who are most concerned, when they save,
whether they will be employed or unemployed in the future. They are also the ones who most consider the government benefits of income maintenance and health, when they save. The results also indicate that to save or not to save, and the frequency with which one saves, depends on the respondent's financial literacy. In this study, among the survey respondents, differences
were not found between those who collect the FGTS and those who do not, regarding the attitudes foreseen in Behavioral Finance. Finally, the results of this study indicated that the FGTS has little influence, among the respondents, on the savings and investment habits.
Research Limitations - The limitations of this work are mainly related to the scope of the survey, as the sample did not cover the population of workers, whether formal or not. Thus, it was not possible to generalize the results, which did not allow us to verify whether the assumptions adopted are valid for the entire population of workers impacted by the FGTS. Practical Implications - Based on the results, financial organizations can design campaigns to
encourage savings among workers, considering how they see the FGTS and their concern with maintaining employment in the future and the relevance of government social benefits. Social Implications - For financial organizations, considering workers' savings can have a positive social impact, especially on their financial lives. Furthermore, savings have positive influence on a country's economy. Originality - To our knowledge, there is no other study that deals with the relationship between
mandatory savings and the habits, capacity, and levels of savings of formal workers.