Governança de Redes de Emergência em Saúde: Enfrentando a Epidemia de Zika e a Microcefalia
Abstract
Redes de emergência em saúde se mostram vitais para identificar e responder, com rapidez, aos riscos de saúde relatados no terceiro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, particularmente pela capacidade de rápida mobilização e resposta aos riscos. Este estudo, baseado na rede formada para enfrentar a epidemia de Zika no Brasil a partir de 2015, visa identificar e descrever as características distintivas dos processos de constituição e governança de redes de emergência em saúde. A partir do estudo do caso e de informações coletadas em entrevistas em profundidade com 12 especialistas que participaram da rede em distintos momentos, o estudo analisa as características distintivas da governança dessa rede, tendo como referência a tipologia proposta por Provan e Kenis (2008). Os resultados obtidos trouxeram novas perspectivas para conhecer os desafios dessas redes, tais como a coordenação de atores institucionais e individuais, os conflitos, a liderança da rede, o aprendizado e a mobilização para enfrentamento de emergências em saúde, quando a comprovação da causalidade dos efeitos do vírus desafia a necessidade de urgência nas respostas. Emergency health networks are vital for rapidly identifying and responding to the health risks reported in the third Sustainable Development Goal, particularly for the capacity for rapid mobilization and response to risks. This study, based on the network formed to face the Zika epidemic in Brazil from 2015, aims to identify and describe the distinctive characteristics of the processes of constitution and governance of emergency health networks. From the study of the case and information collected in depth interviews with 12 experts who participated in the network at different times, the study analyzes the distinctive characteristics of the governance of this network, using the typology proposed by Provan and Kenis (2008). The results obtained brought new perspectives to know the challenges of such networks, such as the coordination of institutional and individual actors, conflicts, network leadership, learning and mobilization to face health emergencies, when proving the causality of the effects of the virus challenges the need for urgency in the responses.