Desenvolvimento econômico, sofisticação produtiva e valor-trabalho
Abstract
In this paper, I discuss the historical (not the normative) concept of economic development, distinguish it from human development, reassert its identification with industrialization or structural change or productive sophistication, and argue that the distinction between development and growth is only necessary in cases of Dutch disease and predatory state in which the fruits of growth can be fully captured by the local oligarchy and foreign interests. In developing countries productive sophistication and productivity growth may be better explained by the transfer of workers and technicians to the more sophisticated sectors than by the increasing returns that are more relevant to rich countries. Although economic development does not imply a reduction of inequalities, it implies an increase in real wages to facilitate the equilibrium between supply and aggregate demand; because wages can grow around increasing productivity without making the rate of profit unsatisfactory; and because the remuneration of people ultimately corresponds to their labor value – their cost of reproduction. Neste trabalho discuto o conceito histórico (não o normativo) do desenvolvimento econômico, distingo-o de desenvolvimento humano, reafirmo sua identificação com industrialização ou mudança estrutural ou sofisticação produtiva, e argumento que a distinção entre desenvolvimento e crescimento só é necessária nos casos de doença holandesa e Estado predador, nos quais os frutos do crescimento podem ser integralmente capturados pela oligarquia local e os interesses estrangeiros. Em países em desenvolvimento a sofisticação produtiva e o aumento da produtividade podem ser melhor explicados pela transferência de trabalhadores e técnicos para os setores mais sofisticados, do que pelos rendimentos crescentes, que são mais relevantes para os países ricos. Embora o desenvolvimento econômico não implique redução das desigualdades, ele implica aumento dos salários reais para facilitar o equilíbrio entre a oferta e a demanda agregada; porque os salários podem crescer em torno do aumento da produtividade sem tornar insatisfatória a taxa de lucro; e porque a remuneração das pessoas afinal corresponde ao seu valor-trabalho – a seu custo de reprodução.