Trabalhar e não ser trabalhador: pertencimento e reconhecimento de classe na “vida do crime”

Autores

  • Amílcar Cardoso Vilaça de Freitas Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul)
  • Elizardo Scarpati Costa Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

Palavras-chave:

Classe social, Pertencimento de classe, Ética do trabalho, Vida no crime, Adolescentes em conflito com a lei

Resumo

Pretendemos discutir percepções e posicionamentos com relação à questão de classe social por parte de jovens engajados no tráfico de drogas na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV). Os dados empíricos discutidos aqui se baseiam em 45 entrevistas semiestruturadas e uma observação participante de 18 meses em unidades de internação para adolescentes em conflito com a lei. Apesar de reconhecerem suas atividades incrimináveis cotidianas como um “trabalho”, os interlocutores não se reconheciam como “trabalhadores”. Debateremos a distinção feita pelos entrevistados entre “trabalhadores” e “vagabundos”, em suas implicações morais, na obtenção de renda e no consumo. Dessa forma, discutiremos como esse grupo observa questões ligadas à ética do trabalho e à classe social, apontando como questões morais, ligadas à condenação criminal, e questões objetivas, ligadas às possibilidades de consumo – seja devido à ilegitimidade do dinheiro obtido nas práticas incrimináveis, seja pelas incertezas da “vida no crime” – são mobilizadas nessas classificações.

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Publicado

2019-01-07

Edição

Seção

Artigos