Desafios, permanências e transformações na gestão de um sítio urbano patrimonializado: Ouro Preto, 1938 a 1975

Autores

Palavras-chave:

patrimônio cultural, IPHAN, Ouro Preto, sítio urbano, preservação, cidade histórica

Resumo

Neste artigo analisamos a atuação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) na cidade de Ouro Preto desde o seu tombamento em 1938 até meados 1975. Visto como excepcional e autêntico pelos técnicos do IPHAN, o conjunto urbano da cidade foi tratado como uma obra de arte que poderia ser mantida em sua integralidade. No entanto, o crescimento populacional levou a grandes modificações espaciais e sociais tanto no centro histórico como em sua periferia. Discutimos a adoção de critérios e de formas de gestão do patrimônio na cidade, fornecendo elementos para a compreensão de alguns dos principais desafios e transformações nas políticas de preservação cultural no Brasil no período.

Biografia do Autor

Leila Bianchi Aguiar, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Leila Bianchi Aguiar é doutora em História Social pela UFF, professora adjunta III do do Programa de Pós-Graduação em História da UFRJ e do Mestrado Profissional em Ensino de História, e pesquisadora do Núcleo de Documentação, História e Memória da UNIRIO. Atuou como pesquisadora em projetos do IPHAN e como consultora da Unesco (leila.aguiar@unirio.br).

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Publicado

2016-04-28

Edição

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Artigos