A casa rural do Baixo Minho (1750-1810)
Palavras-chave:
inventário orfanológico, testamentos, casa rural, patrimônioResumo
A casa rural do Baixo Minho, em Portugal, no período 1750-1810, para além de se afirmar como um elemento do complexo agrícola, desempenhava um papel crucial na sociedade em questão graças aos sentimentos de pertença e de identidade que se transmitiam de geração em geração. Desse modo, através da análise de 600 inventários orfanológicos e testamentos apensos, complementada com um levantamento fotográfico exaustivo das habitações rurais, procuramos estudar os elementos arquitetônicos e as divisões internas da casa minhota no Antigo Regime, analisando as diferentes funcionalidades e usos do espaço enquanto possíveis elementos de diferenciação entre o privado e o público.
Referências
BERCOVICI, Rivka. Dans l’intimité des parisiens avec les inventaires aprés-décès (1840-1881). In BAULANT, Micheline; SCHUURMAN, A. J.; SERVAIS, P. (eds.). Inventaires après-décès et ventes de meubles: apports à une histoire de la vie économique et quotidienne (XIVe-XIXe siécle). Louvain-la-Neuve: Academia, 1988, pp. 59-68.
BLUTEAU, Rafael. Vocabulário português e latino. Coimbra: Colégio das Artes da Companhia de Jesus, vol. II, 1712-1728.
BRAUDEL, Fernand. Civilização material, economia e capitalismo, séculos XV-XVIII. As estruturas do quotidiano: o possível e o impossível. Lisboa: Teorema, vol. I, 1992.
CAPELA, José Viriato, NUNES, João A. O concelho de Barcelos do Antigo Regime à Primeira República – fontes para o seu estudo. Separata da Barcellos-Revista, 1983.
COLLOMP, Alain. Famílias. Habitações e coabitações. In ARIÈS, Philippe; DUBY, Georges (eds.); CHARTIER, Roger (dir.). Históriada vida privada. Do Renascimento ao século das Luzes. Porto: Afrontamento, vol. III, 1990, pp. 501-541.
CONDE, Manuel Sílvio; VIEIRA, Marina Afonso. Habitação e a arquitectura corrente do Norte Trasmontano em finais da Idade Média. In GONÇALVES, Iria (coord.). Paisagens rurais e urbanas. Fontes, metodologias, problemática. Lisboa: Centro de Estudos Históricos da Universidade de Nova de Lisboa, vol. I, 2004.
DEMANGEON, Albert. Problèmes de goegraphie humaine. Citado por OLIVEIRA, Ernesto Veiga de; GALHANO, Fernando. Arquitectura. In LIMA, Fernando de Castro Pires de (dir.). A arte popular em Portugal. Lisboa: Editorial Verbo vol. I, s/d., pp. 13-137.
DURÃES, Margarida. A casa rural minhota: papel e significado no contexto hereditário – séculos XVIII e XIX. Cadernos do Noroeste, Tempos, espaços, sociedade e cultura. Braga: Ciências Sociais da Universidade do Minho, vol. I, n.º 1, 1987, pp. 81-96.
FERREIRA, Maria da Conceição Falcão. A construção corrente em Santarém, no século XV: alguns exemplos. In RAMOS, Luís A. de Oliveira; RIBEIRO, Jorge Martins; POLÓNIA Amélia (coord.). Estudos em homenagem a João Francisco Marques. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, vol. I, 2001, pp. 457-473.
FLANDRIN, Jean-Louis. Famílias, parentesco, casa e sexualidade na sociedade antiga. Lisboa: Estampa, 1995.
MADUREIRA, Nuno Luís. Lisboa. Luxo e distinção. 1750-1830. Lisboa: Fragmentos, 1990.
MESTRE, Victor. Arquitectura popular no arquipélago da Madeira, património atlântico. Bases para a sua reabilitação enquanto património cultural. Separata da Revista Islenha, n.º 23, Funchal, Jul-Dez., 1998, pp. 89-112.
MOORE, John, citado por BAULANT, Micheline. Necessité de vivre et besoin de paraitre les inventaires et la quotidienne. In BAULANT, Micheline; SCHUURMAN, A. J.; SERVAIS, P. (eds.). Inventaires après-décès et ventes de meubles: apports à une histoire de la vie économique et quotidienne (XIVe-XIXe siécle). Louvain-la-Neuve: Academia, 1988a, pp. 9-17.
OLIVAL, Fernanda. Os lugares e espaços do privado nos grupos populares e intermédios. In MATTOSO, José (dir.); MONTEIRO, Nuno Gonçalo Freitas (coord.). História da vida privada em Portugal. A Idade Moderna. Maia: Círculo de Leitores, vol. II, 2011, pp. 244-275.
OLIVEIRA, Ernesto Veiga de. Casa. In SERRÃO, Joel (coord.). Dicionário de História de Portugal. Porto: Figueirinhas, vol. I, 1992, pp. 518-519.
_____; GALHANO, Fernando. Arquitectura tradicional portuguesa. Lisboa: Dom Quixote, 1998.
PEREIRA, Liliana Conceição Silva. Quinta dos Cavaleiros – contributo para o estudo da casa – torre. Actas do I Congresso internacional, Casa Nobre. Um património para o futuro, Arcos de Valdevez: Município de Arcos de Valdevez, 2007, pp. 421-445.
PINA-CABRAL, João de. A casa do Noroeste. In CARDOSO, J. Pires (dir.).Revista Análise Social, vol. XXIII, (95), 1987, n.1, pp. 151-163.
_____. Filhos de Adão, filhas de Eva: a visão do mundo camponesa no Alto Minho. Lisboa: Dom Quixote, 1989.
PESEU-MASSABUAU, Jacques. La maison, espace social. Paris: Presses Universitaires de France, 1983.
RIBEIRO, Orlando. Povoamento e circulação. In _____; LAUTENSACH, Hermann (eds.); DAVEAU, Suzanne (org.). Geografia de Portugal. O povo português. Lisboa: João Sá da Costa, vol. III, 1989.
ROCHE, Daniel. História das coisas banais. Lisboa: Teorema, 1998.
RODRIGUES, Fernando António Matos. Casas e diferenciação social. Tese de Mestrado, Braga: Universidade do Minho, 1999.
SARTI, Raffaella. Casa e família. Habitar, comer e vestir na Europa Moderna. Lisboa: Estampa, 2001.
SEGALEN, Martine. Sociologia da família. Lisboa: Terramar, 1999.
SERVAIS, Paul. Inventaires et ventes de meubles: apports à l’histoire économique. In BAULANT, Micheline; SCHUURMAN, A. J.; SERVAIS, P. (eds.). Inventaires après-décès et ventes de meubles: apports à une histoire de la vie économique et quotidienne (XIVe-XIXe siécle). Louvain-la-Neuve: Academia, 1988, pp. 30-35.
SILVA, António de Moraes. Novo Dicionário compacto da língua portuguesa. Lisboa: Editorial Confluência, vol. I, 1813.
SILVEIRA, Luís Nuno Espinha da. Território e poder. Nas origens do Estado contemporâneo em Portugal. Cascais: Patrimonia, 1997.
TÁVORA, Fernando; PIMENTEL, Rui; MENÉRES, António. Zona 1 – Minho. In Arquitectura popular em Portugal, 2.ª ed., Lisboa: A.A.P, 1980, pp. 4-111.
VASCONCELOS, José Leite de. Etnografia portuguesa. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, vol. VI, 1983.