A modernização do material e do pessoal da Marinha nas vésperas da revolta dos marujos de 1910: modelos e contradições

Autores

  • Silvia Capanema P. Almeida CPDOC

Palavras-chave:

Marinha brasileira, modernização, material, recrutamento, escolas de aprendizes

Resumo

O artigo discute o processo de “modernização” da Marinha brasileira no fim do Império e início da Primeira República a partir dos projetos desenvolvidos para a sua dimensão material (equipamentos)  e pessoal (recrutamento e formação militar), destacando-se o papel do ministério de Alexandrino de Alencar (1906-1910). Critica-se uma abordagem tradicional da historiografia que sustenta a existência de um abismo entre essas duas dimensões e colocam-se em evidência as contradições existentes no interior desses dois universos. A argumentação demonstra como havia,  em torno dos projetos navais, um jogo de interesses e de limitações relativas ao lugar que a República brasileira ocupava no período e como as soluções pensadas para resolver o problema do recrutamento e da falta de pessoal passavam pelos modelos de escolas de aprendizes marinheiros. Mesmo se havia uma busca de “civilizar” os indivíduos que se tornariam futuros marujos, esses esforços materiais e humanos foram sentidos e vividos à sua maneira pelos praças, reforçando a identidade comum e criando bases para a revolta de 1910, acontecimento que se insere no processo de modernização da Armada nacional.

Biografia do Autor

Silvia Capanema P. Almeida, CPDOC

Pesquisadora do Centro de Pesquisas MASCIPO (Mondes Américains, Sociétés, Circulations et Pouvoirs) da École des Hautes Études en Sciences Sociales - EHESS, Paris, França (silvia.capanema@gmail.com).

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Publicado

2010-08-30