Entre a nação e a alma: quando os mortos são comemorados

Resumo

Este artigo pretende refletir sobre uma modalidade de comemoração que consiste em evocar personalidades na data de aniversário de suas mortes. Dois casos são estudados, ambos relacionados os ilustres escritores brasileiros: Euclides da Cunha e Clarice Lispector. A análise está centrada em dois pontos. O primeiro deles se refere ao lugar ocupado por este tipo de comemoração nas sociedades modernas, sua função e seu significado como um "lugar de memória" num mundo marcado pela fragmentação. O segundo ponto tem por objetivo compreender a concepção de "pessoa" que é dramatizada ritualmente nos dois "eventos", tomando como referência a distinção proposta por Trilling entre as categorias sinceridade e autenticidade.