Gestão social nos municípios: a violência e a cultura de paz

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Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho
Rose Marie Inojosa

Resumo

As dificuldades da gestão social nos municípios refletem a inadequação das políticas públicas tradicionais, formuladas para uma pobreza residual e de caráter compensatório, em face das demandas geradas pela crescente desigualdade social, pela ruptura de laços sociais e pela epidemia de violência. É no município, junto às comunidades, onde essa pressão deságua e, também, onde reside a possibilidade e a oportunidade de introdução de novos valores, da cultura de paz e não-violência, orientadores de uma nova política social. Para superar as práticas tradicionais ¿ fiadoras da injustiça social, fragmentadas e ineficientes para lidar com situações complexas ¿ é necessário tecer uma forte aliança entre o governo e a sociedade, que coloque na agenda social o compromisso com o sofrimento do outro, a solidariedade, e se assente na resolução pacífica de conflitos. Do ponto de vista do gestor, repensar a gestão social a partir desses valores passa por decisões como as de ombrear as políticas social e econômica, estimular a análise transdisciplinar das situações, ampliar a ação cooperativa e intersetorial no governo, articular, em redes de compromisso social, as entidades governamentais e não-governamentais, garantir a verbalização dos interesses dos grupos mais vulneráveis, e, como base, apostar na formação para a paz e não-violência para que um mundo melhor seja possível.

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Como Citar
Sobrinho, E. J. M. A., & Inojosa, R. M. (2005). Gestão social nos municípios: a violência e a cultura de paz. Revista De Administração Pública, 39(2), 279 a 296. Recuperado de https://periodicos.fgv.br/rap/article/view/6570
Seção
Artigos