v. 7 n. 11 (2016): Gênero e Sexualidade

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As discussões geradas a partir da luta dos movimentos feministas e LGBT têm influenciado as reflexões que se utilizam das categorias “mulher”, “mulheres”, “gênero”, “masculinidades” e “feminilidades” de forma interdisciplinar. Segundo a historiadora Joana Maria Pedro, no entanto, o campo historiográfico ainda tem apresentado certa resistência à incorporação das questões de gênero às suas pesquisas por considerá-las parte de uma “história militante”, não “científica”.

O presente dossiê e tantas outras iniciativas de incentivo à utilização da categoria de gênero como ferramenta de análise pretendem colaborar para a desconstrução dessa perspectiva. De acordo com o feminismo internacional, as categorias “mulher”,“mulheres” e “gênero” emergiram ao longo das últimas décadas nos países do norte. A categoria “mulher” foi incorporada às pesquisas historiográficas nos anos 1970, pensada como a identificação da unidade; “mulheres”, na década de 1980, para demarcar as especificidades e diferenças; e “relações de gênero”, nos anos 1990, como resultado da virada linguística. Contudo, nos países do Cone Sul essas categorias não seguiram essas “ondas de incorporação” às análises científicas. Joana Maria Pedro argumenta que tais categorias de análise chegaram ao Cone Sul em diferentes momentos e com um relativo atraso, se comparado aos países do norte. Todavia, percebe-se um fenômeno interessante nas pesquisas dos países do sul: ao passo que uma nova categoria foi sendo incorporada, as outras não foram preteridas, ocasionando, assim, uma pluralidade de reflexões sobre relações de gênero e história das mulheres.

Publicado: 20.11.2016

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Entrevista