v. 2 n. 4 (2010): Representação: abordagens diversas de um conceito

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A noção de representação, como ressalta Hanna Pitkin, pode ser compreendida de diversas maneiras, de acordo com a cultura política em que está inserida. Entre outros entendimentos, representar é, como aponta a cientista política, "tornar presente", isto é, de alguma maneira, "mediar". Discorrer sobre toda a extensão do conceito, entretanto, exigiria, como lembra a pesquisadora, "relatos paralelos de história verbal e social, política e cultural". O que procuramos fazer, nesta edição da Revista Mosaico, longe de ter a pretensão de cobrir toda sorte de interpretações e usos desta noção, é indicar, através de uma boa gama de trabalhos, dos mais diferentes campos, como este conceito é abordado. Através de diferentes temáticas e a partir de múltiplas metodologias, cada artigo aqui apresentado discorre sobre memórias e representações. Os trabalhos abordam, cada qual em seurespectivo campo -a História, a Comunicação, a Psicologia e a Museologia, entre outros -, representações de grupo, representações autobiográficas, representações de heróis populares. Em todos os casos, há que se destacar que o trabalho do historiador, do cientista social, do pesquisador de maneira geral é, também ele próprio, uma representação. Representa-se o mundo a partir de um determinado olhar, seja ele uma perspectiva subjetiva, simbólico-cultural, político-econômica ou social. O historiador representa a História de seu tempo, inscrevendo memórias elas mesmas representadas. Esta edição da Revista Mosaico procura evidenciar este papel de mediação histórica, cuja abrangência é, como ressaltado, interdisciplinar. Esperamos que a leitura desperte boas ideias.

Publicado: 18.10.2010

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