Digressões sobre o gênero enciclopédico – A Enciclopédia Brasileira em meio às transformações do campo científico da década de 1950

Autores

  • Mariana Rodrigues Tavares Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.12660/rm.v8n13.2017.70391

Palavras-chave:

intelectuais, projeto editorial, enciclopédia brasileira, INL.

Resumo

O presente artigo tem por objetivo abordar questões a respeito do projeto editorial da Enciclopédia Brasileira do Instituto Nacional do Livro no decorrer dos anos 1950. Neste sentido, tem por intuito detalhar e ponderar aspectos que se dedicam a observar os membros da comissão de ciências sociais e históricas, composta pelos mais célebres intelectuais do período, ocupantes dos principais cargos em Instituições públicas brasileiras. Por fim e no bojo desses aspectos considera-se que a partir da década de 1950-60 evidenciava-se no Brasil um processo de reconfiguração do campo historiográfico ocorrido graças a circulação dos primeiros trabalhos oriundos de pesquisas das Universidades brasileiras surgidas ainda na década de 1930. Por essas razões, defende-se a tese de que o projeto da Enciclopédia Brasileira no decorrer da década de 1950 adquiriu um caráter puramente universitário.

Biografia do Autor

Mariana Rodrigues Tavares, Universidade Federal Fluminense

Doutoranda em História Social pelo PPGH-UFF.

Referências

ARAÚJO, Eliany Alvarenga de. A palavra e o silêncio: biblioteca pública e estado autoritário no Brasil. João Pessoa: Editora Universitária, UFPB, 2002;

BRAGANÇA, Aníbal. As políticas públicas para o livro e a leitura no Brasil: O Instituto Nacional do Livro

(1937-1967). Matrizes, ano 2, nº2, primeiro semestre de 2009, pp. 221-246;

BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. O conceito de desenvolvimento do ISEB rediscutido. Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, vol.47, n.1, 2004, p.49-84;

BOURDIEU, Pierre. O ser social, o tempo e o sentido da existência. In: Meditações Pascalianas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001, p.253-300.

BOTELHO, André. Ciência pelo desenvolvimento: a escrita pública de José Leite Lopes. In: BOTELHO, André; VILLAS BÔAS, Glaucia. (Org.). O Moderno em questão. A década de 1950 no Brasil. Rio de Janeiro: Topbooks Editora, 2008, p.271-309.

Carta de Monteiro Lobato a Godofredo Rangel – Areias, 7 de julho de 1909 – In: A barca de Gleyre, 2010, p.206-207;

CURY, Carlos Roberto Jamil. O Plano Nacional de Educação de 1936-1937. Educativa, Goiânia, v. 17, n. 2, p. 396-424, jul./dez. 2015;

ESTEVES, Carlos Leandro da Silva. O agrarismo ipesiano nos projetos de Paulo de Assis Ribeiro. SÆCULUM - REVISTA DE HISTÓRIA [26]; João Pessoa, jan./jun. 2012, p. 221-239;

FÁVERO, Maria de Lourdes de Albuquerque. A Universidade do Brasil: das origens à Reforma Universitária de 1968. Educar, Curitiba, editora UFPR, n.28, 2006, p.17-36;

FÁVERO, Maria de Lourdes de Albuquerque. Universidade do Brasil: das origens à construção. 2.ed.rev.e ampl. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2010;

FERREIRA, Marieta de Moraes; MOREIRA, Regina da Luz (Orgs.). Capes, 50 anos – Depoimentos ao CPDOC. CPDOC/FGV e Capes. 2001;

FERREIRA, Marieta de Moraes. A História como ofício: a constituição de um campo disciplinar. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2013, p. 20-21;

FONSECA, Edson Nery da. O Negócio das Enciclopédias. Revista de Ciência da Informação, v.1, n.2, 1972, p.91-98;

FURTADO, A.C. As edições do cânone. Da fase Buarqueana na coleção História Geral da Civilização Brasileira (1960-1972). 2014. 248f. Dissertação (Mestrado em História Social). Programa de Pós-graduação em História Social. Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2014.

OLIVEIRA, Lúcia Lippi de. A sociologia de Guerreiro Ramos e seu tempo. In: BOTELHO, André; SCHWARCZ, Lilia. Um enigma chamado Brasil: 29 intérpretes e um país. São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p.252-253.

RODRIGUES, Mara Eliane Fonseca; LIMA, Marcia H. T. de Figueiredo; GARCIA, Marcia Japor de Oliveira. A normalização no contexto da comunicação científica. Perspect. Cienc. inf., Belo Horizonte, v.3, n.2, jul./dez.1998, p.147-156;

SCHWARTZMAN, Simon. A universidade primeira do Brasil: entre intelligentsia, padrão internacional e inclusão social. Estudos Avançados, vol. 20, n.56, jan./abr. 2006, p.161-189.

SODRÉ, Nelson Werneck. A verdade sobre o ISEB. Rio de Janeiro: Avenir Editora, Coleção Depoimento, 4. Vol, 1978;

TOLEDO, Caio Narravo de. ISEB: fábrica de ideologias. 2.ed., 2. Impressão. São Paulo: Ática, 1982;

VENANCIO, Giselle Martins; FURTADO, André Carlos. Brasiliana & História Geral da Civilização Brasileira: escrita da História, disputas editoriais e processos de especialização acadêmica (1956- 1972). Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 5, n.9, jan./jun. 2013. p. 05 – 23;

VENANCIO, Giselle Martins. Prefigurações da paisagem historiográfica: revistas, coleções e mediação. In: GOMES, Angela de Castro; HANSEN, Patrícia Ramos (org.). Intelectuais mediadores: práticas culturais e ação política. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2016.

Downloads

Publicado

29.11.2017