O museu como lugar de memória: o conceito em uma perspectiva histórica

Autores

  • Guilherme Lopes Vieira Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Mestrando em História

DOI:

https://doi.org/10.12660/rm.v8n12.2017.65900

Palavras-chave:

Museu, lugar de memória, historiografia

Resumo

Os museus históricos, pela definição moderna, possuem reminiscências do passado que estão expostas no presente. Nesse sentido, são fontes históricas que devem ser exploradas através de sua potencialidade discursiva de criar narrativas históricas que procuram dar sentido ao passado. O questionamento sobre esse objeto tem que ser problematizado na chave que posiciona o presente como um dos fatores de construção do passado, na medida em que os sujeitos do presente resgatam os eventos que aconteceram, através de suas expectativas no presente. São arenas de disputas e devido ao seu aspecto simbólico, promotor de memórias, é válido apontar que são: “lugares de memória”. Dessa forma, devemos pensar o conceito de forma a historicizá-lo.

Palavras-chave: Museu, Lugar de memória, Historiografia

Biografia do Autor

Guilherme Lopes Vieira, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Mestrando em História

Técnico em Museologia pelo Centro Paula Souza de São Paulo (2009), Bacharel (2014) e Mestrando em História pela Universidade Federal de São Paulo (2016). Atualmente, investiga os principais aspectos que o processo de musealização inferiu ao imóvel e a coleção particular do escritor paulista Guilherme de Almeida, através do projeto intitulada: Casa Guilherme de Almeida: A fabricação de um museu-casa. Desde 2014 é membro do grupo de pesquisa História, Memória, Educação e Patrimônio Cultural, registrado junto ao CNPq. Tem experiência na área de Museologia em instituições culturais como: Museu de Arte Sacra de São Paulo, Museu do Futebol, Casa Guilherme de Almeida e Museu Afro Brasil (SP).

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Publicado

20.06.2017