Genealogia da derrota: A reedição do livro O negro no futebol brasileiro e a construção do significado da Copa do Mundo de 1950 para o Brasil
DOI:
https://doi.org/10.12660/rm.v8n12.2017.65728Palavras-chave:
Futebol, Copa de 1950, Memorialismo esportivo, Mario Filho, O negro no futebol brasileiroResumo
O artigo propõe um debate sobre a construção da memória coletiva no jornalismo esportivo, tendo por base os episódios relacionados à derrota da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo de 1950, realizada no Brasil. O argumento proposto sustenta que a reedição da obra “clássica” de Mário Filho, O negro no futebol brasileiro (1947), ocorrida em 1964, foi condicionante do modo como o memorialismo esportivo passou a narrar e a valorar o desempenho do selecionado nacional em 1950. Inexistente na primeira edição, posto que prévia à realização do Mundial, não obstante motivada pelo evento para sua publicação, a eleição dos fatores explicativos da perda do título – de ordem racial, moral e política– balizou desde então a relação entre história e memória, entre lembrança e esquecimento, tanto na segunda edição do livro de Mario Filho quanto nas investigações jornalísticas que o sucederam. Estas, por seu turno, tiveram na realização de uma nova Copa do Mundo no Brasil, em 2014, significativo impulso editorial para reativar e para cristalizar essa representação de um evento histórico esportivo.
Palavras-chave: Futebol, Copa de 1950, Memorialismo esportivo, Mario Filho, O negro no futebol brasileiro
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