A formação da classe empresarial brasileira

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Virgilius de Albuquerque

Resumo

Analisamos a formação do empresariado nacional como ator político. Para tanto, foi desenvolvida uma abordagem diacrônica que narra as sucessivas etapas de formação do estado nacional vis-à-vis a consolidação da classe empresarial. A aristocracia agroexportadora possibilitou, mediante o processo de acumulação de capital, a formação gradativa da classe industrial brasileira que foi se cristalizando ao longo da República Velha. O projeto industrial adquiriu caráter hegemônico a partir da República Nova e do Estado Novo, e se consolidou ao longo das diversas mudanças de interlocução política desenvolvidas pelo estado brasileiro, incluindo, além da classe agrária, o capital internacional, a burguesia estatal, e, mais recentemente, novos estratos da sociedade civil. Consoante as mudanças na estrutura política do estado brasileiro, a classe empresarial foi buscando novas formas de mediação política. Evoluiu do patrimonialismo para modos de representação corporativa, associativa, constituiu organizações civis de estudos e pesquisas de temas transetoriais, ampliou sua influência no legislativo, e participou de um amplo processo de concertação política, sem, contudo, abandonar métodos clientelistas e vínculos pessoais. O empresário, como ator político, enfrenta uma disjuntiva entre um arranjo de representação complexo e maleável e a constituição de plataformas políticas abrangentes que representem um interesse nacional.

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Como Citar
Albuquerque, V. de. (2011). A formação da classe empresarial brasileira. Cadernos EBAPE.BR, 9(2), 262 a 281. Recuperado de https://periodicos.fgv.br/cadernosebape/article/view/5203
Seção
Artigos