Da translação para o enactar: contribuições da Teoria Ator-Rede para a abordagem processual das organizações
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Na área da Administração, em especial nos Estudos Organizacionais (EO), a Teoria Ator-Rede (TAR) tem sido considerada parte de um movimento
que almeja sair da ênfase funcional da organização e buscar o estudo de processos e práticas do organizar – a abordagem processual das organizações. Entretanto, as críticas à TAR levaram alguns autores a buscar superá-las por meio de torções analíticas em relação a certos
conceitos. Uma dessas “torções” envolveu o conceito de translação e a inclusão do conceito de enactment. Este artigo discute ambas as noções com o auxílio de dois estudos desenvolvidos com base nesses conceitos, para indicar que a escolha do enactment traz consigo uma visão processual distinta da apresentada na translação. O conceito de translação trata do predominante e enfatiza a compreensão de como as redes de relações e os objetos tornam-se “estáveis”; já o enactar trabalha com a multiplicidade e a fluidez, onde o processo tem primazia sobre as coisas. Embora a proposta do termo enactment não busque enfrentar diretamente todas as críticas, ele contribui para que a TAR não assuma uma visão neutra nem mecânica em suas análises e descrições. O enactment apresenta a visão de organização como resultado e produto de processos contínuos e possibilita compreender que não se trata de dar certo ou não (sucesso ou fracasso), mas se trata da “produção” de realidades múltiplas ao realizarmos pesquisas em Administração com base na abordagem processual das organizações.
que almeja sair da ênfase funcional da organização e buscar o estudo de processos e práticas do organizar – a abordagem processual das organizações. Entretanto, as críticas à TAR levaram alguns autores a buscar superá-las por meio de torções analíticas em relação a certos
conceitos. Uma dessas “torções” envolveu o conceito de translação e a inclusão do conceito de enactment. Este artigo discute ambas as noções com o auxílio de dois estudos desenvolvidos com base nesses conceitos, para indicar que a escolha do enactment traz consigo uma visão processual distinta da apresentada na translação. O conceito de translação trata do predominante e enfatiza a compreensão de como as redes de relações e os objetos tornam-se “estáveis”; já o enactar trabalha com a multiplicidade e a fluidez, onde o processo tem primazia sobre as coisas. Embora a proposta do termo enactment não busque enfrentar diretamente todas as críticas, ele contribui para que a TAR não assuma uma visão neutra nem mecânica em suas análises e descrições. O enactment apresenta a visão de organização como resultado e produto de processos contínuos e possibilita compreender que não se trata de dar certo ou não (sucesso ou fracasso), mas se trata da “produção” de realidades múltiplas ao realizarmos pesquisas em Administração com base na abordagem processual das organizações.
Downloads
Não há dados estatísticos.
Métricas
Carregando Métricas ...
Detalhes do artigo
Como Citar
Camillis, P. K. D., & Antonello, C. S. (2016). Da translação para o enactar: contribuições da Teoria Ator-Rede para a abordagem processual das organizações. Cadernos EBAPE.BR, 14(1), 61 a 82. Recuperado de https://periodicos.fgv.br/cadernosebape/article/view/31412
Seção
Artigos
Cadernos EBAPE.BR compromete-se a contribuir com a proteção dos direitos intelectuais do autor. Nesse sentido:
- Adota a licença Creative Commoms BY (CC-BY) em todos os textos que publica, exceto quando houver indicação de específicos detentores dos direitos autorais e patrimoniais;
- Adota software de verificação de similaridade de conteúdo - plagiarismo (Crossref Similarity Check);
- Adota ações de combate ao plagio e má conduta ética, alinhada às diretrizes do Committee on Publication Ethics (COPE).
Mais detalhes do Código de Ética adotado pelo Cadernos EBAPE.BR podem ser visualizados em Normas Éticas e Código de Conduta.