Controle em novas formas de trabalho: teletrabalhadores e o discurso do empreendedorismo de si

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Isabel de Sá Affonso da Costa

Resumo

As tecnologias de controle nas organizações contemporâneas caracterizam-se não mais pela supervisão direta sobre os atos do trabalhador, mas pelo controle à distância, pela formatação dos sujeitos “adequados” para o desempenho dos papéis organizacionais. Até o momento, o teletrabalho pode ser considerado a iniciativa gerencial que põe em prática, de maneira mais contundente, o afastamento indivíduo-organização. Este artigo busca explorar como o esforço de controle à distância se dá nessa situação em que a separação física organização-indivíduo é clara e estabelecida. Foram entrevistados 25 teletrabalhadores residentes na cidade do Rio de Janeiro, todos mantendo vínculo empregatício com as empresas para as quais teletrabalham e desenvolvendo tarefas que podem ser caracterizadas como intensivas em conhecimento. Os resultados apontam que o teletrabalho alimenta o auto entendimento dos entrevistados como indivíduos responsáveis, maduros, independentes, flexíveis e proativos, enquanto os faz trabalhar mais e de maneira automotivada – ou seja, os entrevistados articulam a experiência do teletrabalho à lógica que sustenta o controle na organização contemporânea. O discurso do empreendorismo de si só não se mostra capaz de acomodar conflitos advindos de duas frentes: o isolamento social e a família.

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Como Citar
Costa, I. de S. A. da. (2013). Controle em novas formas de trabalho: teletrabalhadores e o discurso do empreendedorismo de si. Cadernos EBAPE.BR, 11(3), 462 a 474. Recuperado de https://periodicos.fgv.br/cadernosebape/article/view/11655
Seção
Homenagem aos 10 anos do Cadernos EBAPE.BR

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