Transparência e ação: os efeitos da (in)consistência da comunicação de riscos de medicamentos nas atitudes e comportamentos de proteção de profissionais da saúde

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Data
2020-09-25
Orientador(res)
Mansur, Juliana Arcoverde
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Resumo

Objetivo – O estudo tem a finalidade de avaliar a consistência da comunicação de risco na percepção da credibilidade da Anvisa e na autoeficácia de profissionais de saúde da Rede Sentinela para se comportarem de maneira protetiva. Metodologia – Foi desenvolvido um experimento 2x2, no qual foram manipuladas a transparência da mensagem e o quanto ela era acionável, da comunicação de riscos de um medicamento fictício. O experimento foi realizado com profissionais de saúde de instituições credenciadas à Rede Sentinela. Os participantes foram randomicamente submetidos a um desses cenários, dos quais houve um total de 163 respondentes. Após a leitura dos cenários, os respondentes avaliavam a credibilidade da Anvisa, a autoeficácia com relação às questões sanitárias e sua intenção de se propor a um comportamento protetivo. Resultados – Os resultados mostram que mensagens consistentes na comunicação de riscos de medicamentos aumentam a credibilidade da fonte da informação (Anvisa) e a autoeficácia de profissionais de saúde para se comportarem de forma protetiva. Da mesma forma, mensagens inconsistentes diminuem a autoeficácia os atributos de transparência e de recomendações acionáveis na comunicação de riscos, em associação, tem relevância para um comportamento protetivo, via autoeficácia e via credibilidade. Ao mesmo tempo, a análise individual da transparência não conduz a um comportamento protetivo positivo. Por outro lado, quando mensagens consistentes positivas vem de fontes críveis há relação com autoeficácia e, consequentemente, com uma mudança de comportamento. A credibilidade e a autoeficácia atuam como mecanismos que facilitam o engajamento ao comportamento protetivo coletivo. Limitações – Trata-se de um experimento, cuja validade externa pode ser considerada baixa, haja vista a quantidade de respondentes ter sido baixa. Além disso, o estudo considerou um medicamento fictício e, portanto, há a possibilidade de que isso influencie o quanto as pessoas se sentem inseridas no cenário. Contribuições práticas – A partir dos resultados, pode se propor melhorias na comunicação de riscos, de forma a obter maior comportamento protetivo por parte de profissionais de saúde e se criar estratégias de gestão da informação que busquem maior percepção do risco e autoeficácia. As pessoas que cuidam da comunicação Anvisa têm que ter em mente a capacidade de desenvolver mensagens com mais consistência, passando coerência na mensagem, pois, caso contrário caem em descrédito e não geram a autoeficácia necessária para uma mudança de comportamento protetivo coletivo. O estudo também contribui para o aumento da credibilidade da Anvisa, na comunicação de risco de medicamentos. Contribuições Sociais – A comunicação de riscos sanitários feita de maneira consistente, de forma a manter uma coerência, aumenta a credibilidade que os profissionais de saúde tem sobre a Anvisa e permite promover uma mudança nos comportamentos protetivos coletivos pretendidos pela vigilância sanitária, contribuindo para o maior alcance da segurança do paciente. Originalidade – Mostra-se, por meio de método que infere causa e efeito, que mensagens passadas de forma consistente gera comportamento protetivo, no âmbito da administração pública. A maioria dos trabalhos avaliam um aspecto da comunicação de forma isolada, ao contrário do que se propõe nesse trabalho.


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