Desinformação na era digital: amplificações e panorama das Eleições 2018
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Resumo
Sociedades democráticas ao redor do mundo vivenciaram nos últimos anos a emergência de um novo ator comunicacional a moldar, com sucesso ou não, a opinião pública em debates políticos, eleições, referendos e crises nacionais: a desinformação. A propagação de campanhas baseadas em notícias falsas e/ou enviesadas através de plataformas de redes sociais em momentos cruciais da vida em sociedade, juntamente com a capacidade de propagação de contas automatizadas — os chamados robôs, como destacado em estudos anteriores da FGV DAPP (RUEDIGER, 2017) —, se tornou um instrumento primordial na estratégia de determinados grupos para atrair tráfego digital, engajar ou até mesmo influenciar debates, desmobilizar opositores e gerar falso apoio político. Ainda que o artifício da mentira como estratégia política não seja uma questão nova, remontando a registros do século VI sobre mentiras e ataque à reputação de governantes (DARNTON, 2017), e que tampouco haja ineditismo na disseminação de informações falsas na internet, hoje novas formas conduzem esse fenômeno, que se tornou banal, lucrativo, com grande alcance e, frequentemente, impune. O objetivo deste artigo é entender como a desinformação age em uma nova configuração organizacional, a sociedade em rede (CASTELLS, 2000). Para tanto, buscamos compreender como a disseminação de boatos e notícias falsas no meio político ganhou uma dimensão jamais vista com a velocidade de informação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Nesse contexto, a internet trouxe um novo marco interpretativo para a esfera pública1 – a esfera pública interconectada (BENKLER, 2006)