Robôs, redes sociais e política no Brasil: casos de interferências ilegítimas no debate público por automação de perfis

Resumo

O primeiro caderno de referência publicado pela FGV DAPP sobre a atuação de robôs no debate público, “Robôs, Redes Sociais e Política no Brasil” (RUEDIGER, 2017a), obedeceu a dois propósitos. Um, como o próprio caderno enfatiza, foi sinalizar o importante alerta sobre a reiterada interferência de perfis automatizados em eventos relevantes da política no Brasil. O outro foi estabelecer um esforço inicial de abordagem metodológica que dê conta das diferentes estratégias e funções relacionadas à atividade desses robôs, com a proposta de construção de uma tipologia de acompanhamento e identificação de tal atividade. Os robôs, entretanto, são apenas um vértice da manipulação das interações via redes sociais. Simultaneamente ao crescimento da preocupação com o impacto que o uso de perfis automáticos pode exercer sobre a democracia e a política, e não apenas no Brasil, mas na Europa e nos Estados Unidos, emerge em contiguidade a atenção com as denominadas “fake news”. São notícias falsas que tentam distorcer opiniões, conduzir juízos de valor sobre pessoas e agendas e sabotar a atividade jornalística tradicional. São de fora, inclusive, os primeiros estudos e reflexões sobre o resultado pragmático dos robôs e das “fake news” nas redes. Em especial dos EUA, onde permanece densa a névoa que recobre a participação russa na eleição de Donald Trump como presidente. Ainda sob investigação no país, o uso de perfis falsos e de divulgação de mensagens favoráveis a Trump pelos russos acelerou a resposta de diferentes setores da democracia ao problema.


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