Febre Amarela no Brasil: um estudo de caso

Resumo

Entre o final de 2016 e os primeiros meses de 2017, houve um grande surto de febre amarela nos estados do Sudeste do Brasil, registrado em regiões antes asseguradas como livres do contágio e, por essa razão, fora da área de vigilância epidemiológica; Minas Gerais foi o estado mais afetado e contou com um expressivo número de doses de vacina, porém municípios do noroeste continuaram com número de doses aplicadas insuficiente, abaixo dos 80% da população; A dinâmica de pagamentos da verba do Ministério da Saúde em vigilância epidemiológica sugere que houve atrasos no início de 2017. Em janeiro, mês crucial para controle da doença, o gasto foi de R$ 3 milhões, contra R$ 74 milhões em 2016; Minas Gerais foi o estado que mais empenhou recursos na rubrica vigilância epidemiológica para o ano de 2015. Entretanto, no que se refere aos repasses aos municípios, complementares à verba federal, apenas R$ 11,7 milhões foram pagos, ou seja, uma média de R$ 13.678 por cidade; Municípios do noroeste mineiro tiveram um baixo desempenho na alocação de recursos, mesmo na comparação com cidades de perfil socioeconômico semelhante. Senador José Porfírio (PA), com 11 mil habitantes e IDHM de 0,514, teve gasto com vigilância epidemiológica per capita de R$ 48; já Itambacuri (MG), com 26 mil habitantes e IDHM de 0,634, aport ou R$ 22,8 per capita; Nenhum dos municípios do noroeste mineiro contavam com infectologistas no seu quadro médico-hospitalar, questão fundamental para a celeridade dos diagnósticos e tratamentos dos doentes internados.


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